Guetos dentro de guetos

Há certo tempo alguém me disse que “não apreciava a cultura de sauna”... extrapolei recentemente este conceito e fiquei analisando que podemos ver uma “cultura de boate”, “uma cultura de Vieira”, “uma cultura de bearcontros (dos mais variados tipos na atualidade)” Quem definiu o conceito de cultura de Sauna foi sábio, ao determinar valores culturais inerentes de certas praticas e hábitos que são comuns a muitos. Acho curioso ficar analisando como estas formas culturais interagem e se distanciam dos modos usuais que devemos ter no trabalho e na vida em sociedade... quase como se inconscientemente criássemos guetos dentro de guetos que nos sejam confortáveis aos nossos modos, desejos ou convicções... o mal disso é se perdemos o contato com o mundo que eu chamo de real.. pois neles muitos dos hábitos e costumes não são aceitáveis ou desejáveis... acho que a regra maior é que não nos esqueçamos nunca que a realidade não é como as vemos netas sub culturas... e que os modos delas são privativos e aceitáveis só entre os iniciados... como uma sociedade secreta com seus ritos e modos que não devem ser publicamente apresentados.

Nisso esta o maior paradigma que enfrentamos ,como grupo social... a de sabermos diferenciar o que é conveniente a ser publico e privado fora dos arcabouços artificiais que criamos para nos sentirmos seguros.

Sucito , tal tema, pensando nas fotos... ver uma foto de alguém de quatro com um pepino semi enfiado nas partes pode ser comum em um ambiente dos sites nossos, onde apenas nos frequentamos, mas esperar que tal seja tratado como algo normal diante de todos os ambientes e algo preocupante pois demonstra que estamos perdendo o parâmetro de avaliar o que é privado do que é publico aceitável... Diante deste fato , talvez é chegada à hora de voltarmos um pouco à realidade "normal"...

A comunidade como um todo esta perdendo tal perspectiva de normalidade, vide o que ocorreu no final da ultima parada de sp, onde muitos se julgaram no direito de fazer sexo em publico nus no meio de uma praça publica e ao serem coibidos enfrentaram a policia que teve que se valer de gás lacrimogêneo , tropa de choque, mangueiras de bombeiro...

O mais pernicioso de tal processo é que ele está carcomendo as interações interpessoais e mesmo as afetivas,nas quais até mesmo os significados das palavras são alterados visando criar uma linguagem só para iniciados e ao mesmo tempo tão dúbia que sirva a criar ilusões benéficas a conjunções carnais mais imediatas... ou relacionamentos ilusórios onde nada existe de fato a não ser uma simbiose pragmática e funcional...

Qual seja o caminho ideal para cair fora de tais paradigmas existenciais eu não tenho a resposta que seja plena e comum a todos, alais acredito que cada qual deva achar seus próprios modos, mas sem sobra de duvidas tal passa por um choque e retorno à realidade. Sem isso permaneceremos todos perdidos em labirintos práticos e aparentemente confortáveis ,mas que nos possibilitam nosso real crescimento ou amadurecimento pessoal.

por phenixbear